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EPISIOTOMIA

Atualizado: 24 de set. de 2020

A Episiotomia é o nome que se dá ao corte que o obstetra faz na região do períneo (entre a vagina e o ânus) da mulher, no intuito de ampliar e facilitar a passagem do bebê e com isso agilizar e acelerar o trabalho de parto.



O problema é que essa prática rotineira da episiotomia (como é feito aqui no Brasil) não é aconselhada pela OMS - Organização Mundial da Saúde. Mas afinal, por que a episiotomia não é recomendada? A Dr. Francine de O. Fischer Sgrott, Fisioterapeuta e professora titular da disciplina de Fisioterapia em UroGinecologia e Obstetrícia na UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí, me explicou que quando o bebê nasce e acaba por lacerar o períneo de forma natural, essa laceração se dá a favor das fibras do tecido muscular do períneo. Desta maneira, a laceração se dá apenas na "quantidade" necessária para a passagem do bebê, a laceração natural também faz com que a cicatrização ocorra de forma mais rápida.

Sabendo de tudo isso, por que parte dos obstetras brasileiros continuam realizando a episiotomia de forma rotineira? Simples, para acelerar o trabalho de parto. O motivo de realizarem tantas cesarianas agendadas no Brasil é parecido, por conveniência médica.

A realidade da realização rotineira da episiotomia consegue ser ainda pior quando paramos para analisar mais de perto, pois parte das mulheres que tiveram um parto normal e não sofreu episiotomia, também não sofreu laceração, ou seja, a laceração não é uma coisa que vai acontecer em todos os partos. Outra situação que ocorre é realizarem de forma errada a episiotomia, cortes longos, suturas em excesso, como podemos observar na imagem abaixo, encontrada no Blog Mães de Peito.


A episiotomia é considerada mutilação da região genital da mulher por médicos que praticam a medicina baseada em evidencias, como descrito pelo médico norte americano Marsden Wagner. A pode causar impactos negativos para a mulher, dores, dificuldades na relação sexual, entre outros.

Caso você esteja grávida e preocupada com a episiotomia, você pode deixar registrado no seu plano de parto que não gostaria que ela fosse realizada, mostre seu plano de parto para seu obstetra e conversem sobre ele.


Referências

Costa, N. M. et al (2011). Episiotomia nos Partos Normais: uma revisão de literatura. Revista de Ciências da Saúde Nova Esperança, 9 (2), 46-51.


Diniz, S. G. et al (2015). Violência obstétrica como questão para a saúde pública no Brasil: origens, definições, tipologia, impactos sobre a saúde materna, e propostas para sua prevenção. J. Hum. Growth Dev. (São Paulo), 25 (3), 377-384.


Estumano, V. K. C. et al (2017). Violência obstétrica no Brasil: casos cada vez mais frequentes. Revista Recien-Revista Científica de Enfermagem, 7 (19), 83-91.


Organização Mundial da Saúde (2014). Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto em instituições de saúde..

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