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O PONTO DO MARIDO

Atualizado: 24 de set. de 2020

Para entendermos melhor o que é o "ponto do marido"...


No parto normal é comum ocorrer uma laceração (rasgo) na vagina da mulher, seja de forma natural, a laceração ocorrendo com a passagem do bebê ou sendo de forma mecânica, por meio de um corte feito pelo obstétra.


Lembrando que o corte feito pelo obstétra não é indicado pela OMS - Organização Mundial da Saúde, pois a cicatrização do local é mais eficiente quando a laceração ocorre de forma natural, ou seja, respeitando as fibras da região do períneo. E também o uso rotineiro da episiotomia não é recomendado, pois muitas mulheres não sofrem laceração alguma quando o bebê nasce de parto normal, sendo assim, a episiotomia é uma intervenção desnecessária, dolorosa e realizada com o único intuito de tentar acelerar o parto.

O problema é que no Brasil a episiotomia é utilizada de forma rotineira, 94% da mulheres que tiveram seus filhos por parto normal sofreram episiotomia.


Mas afinal o que é o ponto do marido?

Tendo uma laceração, natural ou não, na vagina da mulher, ela precisa ser suturada (costurada). O que alguns "profissionais da saúde" fazem é utilizar pontos a mais na sutura, com o intuito de deixar a vagina mais apertada, para um maior prazer sexual do parceiro desta mulher!


O que pouco se fala sobre isso é que essa prática (ABSURDA) causa impactos na vida da mulher, principalmente na vida sexual, pois as mulheres que sofreram essa violência obstétrica relatam que após o nascimento do bebê, quando tentam manter uma relação sexual com o parceiro sentem dores e muitas vezes deixam de ter relações sexuais.

Um estudo realizado por Alves e Cirqueira em 2019, informou que mulheres que sofreram episiotomia tem maior probabilidade de apresentar disfunções sexuais, como dispareunia, vaginismo, disfunção do desejo orgástica e excitação.


E o que podemos fazer para que as mulheres parem de sofrer esse tipo de violência?

Antes de qualquer coisa, precisamos informar estas mulheres, mulheres informadas tendem a sofrer menos violência. Faça a sua parte, envie esse texto para as mulheres que você conhece.

A formação dos profissionais de saúde buscando humanizar o atendimento e evitar a VO é fundamental.

A mulher precisa receber educação sexual de qualidade, para entender melhor seu corpo e para poder fazer um planejamento familiar, o Brasil precisa disso!

A mulher precisa ter o direito de ter acesso ao parto humanizado, hoje temos o projeto de lei n.º 878, de 2019 que busca garantir o parto humanizado como direito tanto no SUS como no atendimento privado de saúde. Para saber mais sobre esse projeto de lei acesse:


Referências

ALVES, Andressa Moura; CIRQUEIRA, Rosana Porto. Sintomas do Vaginismo em Mulheres Submetidas à Episiotomia. ID on line REVISTA DE PSICOLOGIA, v. 13, n. 43, p. 329-339, 2019.

Organização Mundial da Saúde (2014). Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto em instituições de saúde.

Progianti, J. M., Araujo, L. M., & Mouta, R. J. O (2008). Repercussões da Episiotomia sobre a Sexualidade. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem (Rio de Janeiro), 12 (1), 45-49. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=127715312007>. Acesso em: 13 maio 2019.

Tesser, C. D. et al (2015). Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 10(35), 1-12..

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