top of page

PARTO HUMANIZADO

A pesar do parto ser um processo natural do ser humano ele mudou com o passar dos tempos. Até o começo do século XX a assistência ao parto era uma atividade exclusivamente feminina, as mulheres tinham seus filhos em casa com o auxílio das parteiras e mulheres da própria família. O auxílio médico só era solicitado quando ocorria algum problema. Na década de 40 começou um processo de hospitalização do parto, mas a princípio ter seus filhos em hospitais sob a assistência de uma equipe de saúde era um benefício das mulheres com maior poder aquisitivo.


Com a hospitalização o parto mudou completamente, a mulher deixou de ser protagonista do seu próprio parto, agora quem dita as regras é o obstétra e sua equipe, a posição que a mulher deve ficar, muitas são impedidas de comer, beber, ir ao banheiro e o que não falta são intervenções para acelerar o parto. Olhando de perto tudo isso, fica evidente que todas estas intervenções são para agilizar e acelerar o trabalho da equipe médica. Afinal eles costumam ganhar por parto. Esse é um dos maiores motivos do índice de partos por cesariana ser tão alto no Brasil. Partos agendados são extremamente convenientes para os médicos.


Para tentar mudar essa realidade o SUS está remunerando melhor os partos normais, para estimular esse tipo de nascimento.


A humanização do parto é uma forma de buscar com que a mulher volte a ser a protagonista do seu parto e evitar que a mulher sofra violências obstétricas nesse processo.


O parto é um processo que precisa de tempo para que o corpo da mulher esteja pronto para parir. É um processo doloroso, mas essa dor pode ser atenuada com as técnicas certas. Andar e realizar alguns movimentos e exercícios específicos pode proporcionar um trabalho de parto mais breve, sem que haja a necessidade de intervenções dolorosas como a episiotomia ou intervenções químicas, como a utilização da ocitocina sintética. Massagens e banhos quentes (algo tão simples) pode auxiliar no processo do parto.

A posição que a mulher fica para parir não precisa ser somente a deitada de costas, essa nem é uma das melhores, ela só é extremamente conveniente para o profissional da saúde que assiste o parto. A lei da gravidade já nos indica que outras posições podem ser mais favoráveis, como em pé ou de cócoras, o peso do bebê e seus movimentos favoreceriam por si só o nascimento em uma dessas. O mais importante é a mulher poder escolher em qual posição se sente menos desconfortável para parir.

Ou seja, a humanização do parto é basicamente respeitar a mulher, suas escolhas e o tempo do trabalho de parto.


A busca pela humanização do parto é uma luta atual, há projetos de lei que buscam tornar o parto humanizado um direito da mulher no Brasil.

Alguns estados já possuem leis que favorecem a humanização, como o direito de ter uma doula te auxiliando no parto. O Decreto Nº 1305 DE 19/09/2017 de SC obriga os hospitais e casas de parto a permitir a presença de doulas durante todo o período de trabalho de parto e pós-parto imediato, sempre que solicitadas pela parturiente.

A informação é uma das maiores aliadas da mulher, saber o que é seu direito, saber o que é normal ocorrer durante o parto, saber que práticas são consideradas violência obstétrica, tudo isso contribui para um parto mais humano. Faça a sua parte e compartilhe esse texto com as mulheres que você conhece.


Referências

DO NASCIMENTO, Natália Magalhães et al. Tecnologias não invasivas de cuidado no parto realizadas por enfermeiras: a percepção de mulheres. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 14, n. 3, p. 456-461, 2010.

MOURA, Fernanda Maria de Jesus S. Pires et al. A humanização e a assistência de enfermagem ao parto normal. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 60, n. 4, p. 452-455, 2007.


Imagem por Michele Pampanin.


 
 
 

Comments


Siga-me

© 2020 por Karina Assis.
Orgulhosamente criado com
Wix.com

 

Ligue

Tel: (47) 99999-7505

Whatsapp clique no ícone do telefone

  • Instagram ícone social
  • Twitter limpo
bottom of page