Suicídio, o perigo silencioso
- Karina Assis
- 24 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Em setembro são realizadas campanhas de prevenção ao suicídio, o chamado "Setembro Amarelo".
O Suicídio sempre foi um grande problema pouco discutido. Mas com a pandemia do novo Corona Vírus, o perigo iminente da doença desconhecida, as mortes, o isolamento social e todos os impactos financeiros que a população vem sofrendo o suicídio se torna um perigo silencioso ainda mais relevante.
Ocorre 1 suicídio a cada 40 segundos, ou seja, cerca de 800 mil pessoas colocam fim em suas vidas todo ano no mundo. Em 2019 13.467 pessoas se suicidaram (sendo 10.203 homens!). O Brasil está em 8º lugar entre os países que tem mais suicídios no mundo. (Segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde.
Os homens são os que mais de suicidam, mas as mulheres são as que mais se automutilam e tentam o suicídio.
Uma coisa que precisamos falar é que há uma construção social ampla, onde situações relacionadas a emoções são vinculadas às mulheres.
Quem nunca ouviu alguém falar: "pare de chorar como uma mulherzinha".
E assim pouco a pouco o homem vai crescendo e internalizando que demonstrar as emoções e lidar com elas é algo relacionado às mulheres.
Essa mesma construção social atribui aos homens comportamentos agressivos, como rompantes de raiva, agressões físicas, etc. Isso é um problema!
O fato de homens reprimirem suas emoções, não falarem ou não buscarem ajuda com relação a isso, faz com que os homens sejam as maiores vítimas de suicídio.
Um comportamento comum entre os homens também é a "fuga" da realidade por meio de abuso de álcool e drogas.
Sendo assim, gostaria que ficássemos atentos às pessoas do nosso convívio social, precisamos estar atentos a alguns comportamentos recorrentes como:
- tristeza que não passa após vários dias, semanas...;
- isolamento/reclusão;
- evita falar sobre o que o está incomodando;
- abuso de álcool e/ou drogas;
- doença mental;
- entre outros.
Há um mito de que quem fala que quer se matar ou tenta suicídio só quer chamar a atenção, isso não é verdade!
Pessoas que falam sobre isso ou tentam o suicídio precisam de auxílio e estão pedindo ajuda.
Os problemas financeiros decorrentes da pandemia, como as demissões e negócios prejudicados, são grandes fatores de risco para o suicídio. É importante ter em mente que esses problemas não estão afetando apenas você ou a pessoa que conhece, mas uma grande parte da população. Precisamos lembrar a nós mesmos que problemas são passageiros, fracassos podem ser convertidos por lições aprendidas e o mais importante, que podemos superar isso.
Olhe para trás e perceba que você superou todos os desafios que a vida lhe apresentou, esse é apenas mais um.
Por fim, se sentir que não está sabendo lidar com a angustia ou outros problemas ou identificou comportamentos de risco em alguém, solicite ajuda profissional. O Psicólogo pode te ajudar a superar isso.
Se precisar falar com alguém disque 188, é o número do CVV - Centro de Valorização da Vida.
Referências
ANDRADE, João Vitor. Suicídio na contemporaneidade. Revista Ponto de Vista, v. 8, n. 1, p. 136-137, 2019.
SCHEFFER, Morgana; DE ALMEIDA, Rosa Maria Martins. Consumo de álcool e diferenças entre homens e mulheres: comportamento impulsivo, aspectos cognitivos e neuroquímicos. Neuropsicologia Latinoamericana, v. 2, n. 3, 2010.
OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Dados de suicídio relatados por países -2018. Disponível em: https://www.who.int/mental_health/prevention/suicide/countrydata/en/. Acesso em: 21 set. 2019.
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